quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Minha cara!

A mais perfeita de todas...

Alcione...

Definitivamente,eu não resisto a tia Alcione...as músicas interpretadas por ela são de uma pronfundidade.

Simplismente perfeitas.

Coração de porcelana...

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Simplismente perfeita...

Bom,Ana Carolina é umas das cantoras mais completas que já surgiu.Uma espécie de presente...A mulher componhe,toca diversos instrumentos e tem uma voz divina.Não tem como não gostar dela.Eu reverencio a tia Ana!:)

Suas músicas são simplismente perfeitas...E de um modo ou de outro sempre me tocam profundamente.
Essas duas músicas são apenas uma micro parcela das maravilhas que esse ser iluminado pode fazer.

Devolve moço!


Existe aqui uma mulher
Uma bruxa, uma princesa
Uma diva, que beleza!
Escolha o que quiser
Mas ande logo
Vá depressa
Nem se atreva
A pensar muito
O meu universo
Ainda despreza
Quem não sabe
O que quer...

Meu coração
Eu pus no bolso
Mas apareceu um moço
Que tirou ele dali
Não!
Isso não é engraçado
Um coração, assim, roubado
Bate muito acelerado...

Devolve, moço
Devolve, moço
O meu coração
No bolso...

Essa boneca tem manual...

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Arnaldo Jabor...


Sempre acho que namoro, casamento, romance tem começo, meio e fim. Como tudo na vida.
Detesto quando escuto aquela conversa:
'Ah,terminei o namoro...'
'Nossa,quanto tempo?'
'Cinco anos...Mas não deu certo...acabou'
'É não deu...'
Claro que deu! Deu certo durante cinco anos, só que acabou. E o bom da vida, é que você pode ter vários amores.
Não acredito em pessoas que se complementam. Acredito em pessoas que se somam.
Às vezes você não consegue nem dar cem por cento de você para você mesmo, como cobrar cem por cento do outro?
E não temos esta coisa completa. Às vezes ele é fiel, mas não é bom de cama. Às vezes ele é carinhoso, mas não é fiel. Às vezes ele é atencioso, mas não é trabalhador. Às vezes ela é malhada, mas não é sensível.
Tudo, nós não temos.
Perceba qual o aspecto que é mais importante e invista nele.Pele é um bicho traiçoeiro. Quando você tem pele com alguém,
pode ser o papai com mamãe mais básico que é uma delícia. E as vezes você tem aquele sexo acrobata, mas que não te impressiona...
Acho que o beijo é importante...e se o beijo bate...se joga...senão bate...mais um Martini, por favor...e vá dar uma volta.
Se ele ou ela não te quer mais, não force a barra. O outro tem o direito de não te querer. Não lute, não ligue, não dê pití.
Se a pessoa tá com dúvida, problema dela, cabe a você esperar ou não.
Existe gente que precisa da ausência para querer a presença.
O ser humano não é absoluto. Ele titubeia, tem dúvidas e medos,
mas se a pessoa REALMENTE gostar, ela volta. Nada de drama!
Que graça tem alguém do seu lado sob chantagem, gravidez, dinheiro, recessão de família? O legal é alguém que está com você por você. E vice versa.
Não fique com alguém por dó também. Ou por medo da solidão.
Nascemos sós.
Morremos sós. Nosso pensamento é nosso, não é compartilhado.E quando você acorda, a primeira impressão é sempre sua, seu olhar, seu pensamento.
Tem gente que pula de um romance para o outro. Que medo é este de se ver só, na sua própria companhia?
Gostar dói! Você muitas vezes vai ter raiva, ciúmes, ódio, frustração.
Faz parte. Você namora um outro ser, um outro mundo e um outro universo. E nem sempre as coisas saem como você quer...
A pior coisa é gente que tem medo de se envolver. Se alguém vier com este papo, corra, afinal, você não é terapeuta. Se não quer se envolver, namore uma planta. É mais previsível.
Na vida e no amor, não temos garantias.
E nem todo sexo bom é para namorar. Nem toda pessoa que te convida para sair é para casar. Nem todo beijo é para romancear.
Nem todo sexo bom é para descartar... Ou se apaixonar... Ou se culpar.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

A gente aprende…

Com os erros e acertos…

Com as coisas novas e as velhas esquecidas…

Com as coisas da vida e a vida que as coisas tomam…

Com as pessoas e com o que fazem as pessoas…

Com os encontros e desencontros…

Viver é aprender, mas precisa ser assim, tão cru?

Não é possível que para uma mísera existência, com um mísero de bem estar, com uma mísera de felicidade seja preciso sofrer deste tanto… Não por nada, não por tudo, sem razão aparente e ao mesmo tempo por todas as razões transparentes, viver é uma comédia sem graça…

Mas a gente aprende, que a dispariedade nem é assim tão antagônica, e o ser e sentir são mais próximos que esperamos, que a vida tem surpresas a cada segundo e que a própria vida é uma surpresa de poucos de segundos… Emoções vicejam e morrem no piscar de um olho, de um flerte perdido, de uma noite dormida… A razão se perde, no flerte buscado e na noite passada a limpa…

E assim, ouvindo uma música brega passo mais um dia, esperando o que vêm por aí, no próximo piscar de olhos…

domingo, 18 de janeiro de 2009


"Tristeza me desculpe, saudade me perdoe, mas a minha ansiedade não resiste a beleza da vida.E eu quero amar, quero sair, quero viajar, não suporto a angústia... e para mim, a solidão tem cheiro de naftalina. Não adianta, eu e a tristeza não combinamos. Ela prefere o isolamento, eu adoro os amigos, ela quer o choro, eu prefiro rir, rio até de mim.Em tudo ela vê tragédia, eu, oportunidades... ela quer a prisão e eu a liberdade, ela ouve músicas que trazem lembranças, eu canto a esperança."

"Sou pessoa de dentro pra fora. Minha beleza está na minha essência e no meu caráter. Acredito em sonhos, não em utopia. Mas quando sonho, sonho alto. Estou aqui é pra viver, cair, aprender, levantar e seguir em frente. Sou isso hoje. Amanhã, já me reinventei. Reinvento-me sempre que a vida pede um pouco mais de mim. Sou complexa, sou mistura. E vice-versa. Me perco, me procuro e me acho. E quando necessário, enlouqueço e deixo rolar. Não me dôo pela metade, não sou tua meio amiga nem teu quase amor. Ou sou tudo ou sou nada. Não suporto meio termos. Sou pessoa de riso fácil e choro também. Sou tudo o que faço e vivo durante todo o tempo q existo.!"

Incompatibilidade...


"E bate louco, bate criminosamente
O coração mais do que a mente, bate o pé mais do que o corpo poderia
E se você mentalizasse na folia
Sabe lá se não seria a solução prá de manhã pensar melhor
E caso fosse a incompatibilidade entre o corpo e consciência
Iria desaparecer, você não vê
Como o corpo preparado pode ser iluminado
Como a luz de uma fogueira que precisa se manter
E atingido pela plena consciência
De que o corpo em decadência faz a tua consciência esmorecer
Pelos poros elimina-se o que o corpo não precisa
E não precisa pra pensar e abdicar esse prazer
Se você dançar a noite inteira não significa dar bobeira
De manhã se alienar ou esquecer
É a busca do supremo equilíbrio, num processo inteligente sua mente
clarear sem perceber
E a intelectualidade
Pode Dançar sem receio
Descanso é pra alimentar
E trabalhar sem anseio
Eu tô olhando pra ponta
Mas não esqueço do meio
Quem acha o corpo uma ofensa
Falo sem demagogia
Pode dançar essa noite
E amanhã pensar quem diria
Quem não entendeu eu lamento
Quero que entenda algum dia aaahhhhhh
E bate louco bate criminosamente..."

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Amar!

Eu quero amar, amar perdidamente!
Amar só por amar: Aqui...além...
Mais Este e Aquele, o Outro e toda a gente
Amar!Amar!E não amar ninguém!

Recordar?Esquecer?Indiferente!...
Prender ou desprender?É mal?É bem?
Quem disser que se pode amar alguém
Durante a vida inteira é porque mente!

Há uma Primavera em cada vida:
É preciso cantá-la assim florida,
Pois se Deus nos deu voz, foi pra cantar!

E se um dia hei-de ser pó,cinza e nada
Que seja a minha noite uma alvorada,
Que me saiba perder... pra me encontrar...
[Florbela Espanca]

Eu, Modo de Usar:



Pode invadir ou chegar com delicadeza, mas não tão devagar que me faça dormir. Não grite comigo, tenho o péssimo hábito de revidar. Acordo pela manhã com ótimo humor mas ... permita que eu escove os dentes primeiro. Toque muito em mim, principalmente nos cabelos e minta sobre minha nocauteante beleza. Tenho vida própria, me faça sentir saudades, conte algumas coisas que me façam rir, mas não conte piadas e nem seja preconceituoso, não perca tempo, cultivando este tipo de herança de seus pais. Viaje antes de me conhecer, sofra antes de mim para reconhecer-me um porto, um albergue da juventude. Eu saio em conta, você não gastará muito comigo. Acredite nas verdades que digo e também nas mentiras, elas serão raras e sempre por uma boa causa. Respeite meu choro, me deixe sozinha, só volte quando eu chamar e, não me obedeça sempre que eu também gosto de ser contrariada. ( Então fique comigo quando eu chorar, combinado?). Seja mais forte que eu e menos altruísta! Não se vista tão bem... gosto de camisa para fora da calça, gosto de braços, gosto de pernas e muito de pescoço. Reverenciarei tudo em você que estiver a meu gosto: boca, cabelos, os pelos do peito e um joelho esfolado, você tem que se esfolar as vezes, mesmo na sua idade. Leia, escolha seus próprios livros, releia-os. Odeie a vida doméstica e os agitos noturnos. Seja um pouco caseiro e um pouco da vida, não de boate que isto é coisa de gente triste. Não seja escravo da televisão, nem xiita contra. Nem escravo meu, nem filho meu, nem meu pai. Escolha um papel para você que ainda não tenha sido preenchido e o invente muitas vezes.

Me enlouqueça uma vez por mês mas, me faça uma louca boa, uma louca que ache graça em tudo que rime com louca: loba, boba, rouca, boca ... Goste de música e de sexo. goste de um esporte não muito banal. Não invente de querer muitos filhos, me carregar pra a missa, apresentar sua familia... isso a gente vê depois ... se calhar ... Deixa eu dirigir o seu carro, que você adora. Quero ver você nervoso, inquieto, olhe para outras mulheres, tenha amigos e digam muitas bobagens juntos. Não me conte seus segredos ... me faça massagem nas costas. Não fume, beba, chore, eleja algumas contravenções. Me rapte! Se nada disso funcionar ... experimente me amar!

A Morte Devagar...

Morre lentamente quem não troca de idéias, não troca de discurso, evita as próprias contradições.
Morre lentamente quem vira escravo do hábito, repetindo todos os dias o mesmo trajeto e as mesmas compras no supermercado. Quem não troca de marca, não arrisca vestir uma cor nova, não dá papo para quem não conhece.
Morre lentamente quem faz da televisão o seu guru e seu parceiro diário. Muitos não podem comprar um livro ou uma entrada de cinema, mas muitos podem, e ainda assim alienam-se diante de um tubo de imagens que traz informação e entretenimento, mas que não deveria, mesmo com apenas 14 polegadas, ocupar tanto espaço em uma vida.
Morre lentamente quem evita uma paixão, quem prefere o preto no branco e os pingos nos is a um turbilhão de emoções indomáveis, justamente as que resgatam brilho nos olhos, sorrisos e soluços, coração aos tropeços, sentimentos.
Morre lentamente quem não vira a mesa quando está infeliz no trabalho, quem não arrisca o certo pelo incerto atrás de um sonho, quem não se permite, uma vez na vida, fugir dos conselhos sensatos.
Morre lentamente quem não viaja quem não lê quem não ouve música, quem não acha graça de si mesmo.
Morre lentamente quem destrói seu amor-próprio. Pode ser depressão, que é doença séria e requer ajuda profissional. Então fenece a cada dia quem não se deixa ajudar.
Morre lentamente quem não trabalha e quem não estuda, e na maioria das vezes isso não é opção e, sim, destino: então um governo omisso pode matar lentamente uma boa parcela da população.
Morre lentamente quem passa os dias queixando-se da má sorte ou da chuva incessante, desistindo de um projeto antes de iniciá-lo, não perguntando sobre um assunto que desconhece e não respondendo quando lhe indagam o que sabe.
Morre muita gente lentamente, e esta é a morte mais ingrata e traiçoeira, pois quando ela se aproxima de verdade, aí já estamos muito destreinados para percorrer o pouco tempo restante. Que amanhã, portanto, demore muito para ser o nosso dia. Já que não podemos evitar um final repentino, que ao menos evitemos a morte em suaves prestações, lembrando sempre que estar vivo exige um esforço bem maior do que simplesmente respirar.
[Martha Medeiros]

"Meu mundo se resume a palavras que me perfuram, a canções que me comovem, a paixões que já nem lembro, a perguntas sem respostas, a respostas que não me servem, à constante perseguição do que ainda não sei. Meu mundo se resume ao encontro do que é terra e fogo dentro de mim, onde não me enxergo, mas me sinto."

Desabafo...

Tô nem aí pro futuro, pra celulite, tô nem aí para queixas datadas, tô nem aí pro telefone mudo, pros surdos, pro preço do combustível, tô nem aí se vai chover amanhã, se o presidente vai viajar, se vai voltar, tô nem aí.

Pra discussão sobre maioridade penal, violência e barbárie, tô aí. Pro fim desta impunidade que incrementa a bestialização das nossas vidas, tô muito aí.

Tô nem aí pros especuladores da vida alheia, pro Schwarzenegger, pros índices de audiência, tô nem aí se fui convidada ou preterida, quem é a primeira da lista, a segunda, a última, tô nem aí pro novo namorado da Nicole, pras declarações da Luana, quem é gay ou não, com silicone ou sem, se é virgem, se é rodada.

Pros sentimentos das pessoas, tô aí. Para seus desejos e dúvidas, para seus medos e ousadias, tô aí. Para tudo aquilo que tem consistência, para tudo aquilo que nos comove, para o leve e o denso, para a alegria genuína e para o luto, tô aí, sim.

Tô nem aí para quantas calorias tem um bife, tô nem aí pra corrida espacial, se há vida após a morte, tô nem aí pro carro do ano, pra musa do próximo verão, pro gol mais bonito do domingo, pra manchete da capa de amanhã.

Para a grosseria e a falta de delicadeza que corrói as relações, tô aí. Para a brutalidade das pessoas, pro egoísmo, pra falta de educação e civilidade, para todos que possuem uma nuvem preta acima da cabeça e a carregam pra onde quer que vão, tô aí e me dói profundamente.

Tô nem aí pro que foi decidido na reunião de condomínio, na reunião de cúpula, na reunião de mães, nas reuniões que duram mais de dez minutos, tô nem aí pro salário dos outros, pras novas tendências, pra cotação das minhas ações no mercado externo.

Tô aí pra alguns, pros meus. Tô aí e estou aqui. Estou atenta. Estou dentro. Estou me vendo. Estou tentando. Estou querendo. Estou a postos só para o mínimo, o máximo. Para o que importa mesmo. Para o mistério. A verdade. O caos. O céu. O inferno. Essas coisas.

No mais, tô nem aí...

Por que as pessoas entram na sua vida?

Pessoas entram na sua vida por uma "Razão", uma "Estação" ou uma "Vida Inteira". Quando você percebe qual deles é, você vai saber o que fazer por cada pessoa.

Quando alguém está em sua vida por uma "Razão"... é, geralmente, para suprir uma necessidade que você demonstrou. Elas vêm para auxiliá-lo numa dificuldade, te fornecer orientação e apoio, ajudá-lo física, emocional ou espiritualmente. Elas poderão parecer como uma dádiva de Deus, e são! Elas estão lá pela razão que você precisa que eles estejam lá. Então, sem nenhuma atitude errada de sua parte, ou em uma hora inconveniente, esta pessoa vai dizer ou fazer alguma coisa para levar essa relação a um fim. Ás vezes, essas pessoas morrem. Ás vezes, eles simplesmente se vão. Ás vezes, eles agem e te forçam a tomar uma posição. O que devemos entender é que nossas necessidades foram atendidas, nossos desejos preenchidos e o trabalho delas, feito. As suas orações foram atendidas. E agora é tempo de ir.

Quando pessoas entram em nossas vidas por uma "Estação", é porque chegou sua vez de dividir, crescer e aprender. Elas trazem para você a experiência da paz, ou fazem você rir. Elas poderão ensiná-lo algo que você nunca fez. Elas, geralmente, te dão uma quantidade enorme de prazer... Acredite! É real! Mas somente por uma "Estação".

Relacionamentos de uma "Vida Inteira" te ensinam lições para a vida inteira: coisas que você deve construir para ter uma formação emocional sólida. Sua tarefa é aceitar a lição, amar a pessoa, e colocar o que você aprendeu em uso em todos os outros relacionamentos e áreas de sua vida. É dito que o amor é cego, mas a amizade é clarividente...

Odeio o amor!

Você já amou? É horrível, não? Você fica tão vulnerável. O amor abre o seu peito e abre o seu coração e isso significa que qualquer um pode entrar em você e bagunçar tudo. Você ergue todas essas defesas. Constrói essa armadura inteira, durante anos, para que nada possa lhe causar mal. Aí uma pessoa idiota, igualzinha a qualquer outro idiota, entra em sua vida. Você dá a essa pessoa um pedaço seu, e ela nem pediu. Um dia, ela faz alguma coisa besta como beijar você ou sorrir, e de repente sua vida não lhe pertence mais. O amor faz reféns. Ele entra em você. Devora tudo que é seu e lhe deixa chorando na escuridão. E então uma simples frase como "talvez devêssemos ser apenas amigos" se transforma em estilhaços de vidro rasgando seu coração. Isso dói. Não só na sua imaginação ou mente. É uma dor na alma, uma dor no corpo, é uma verdadeira dor-que-entra-em-você-e-o-destroça-por-dentro. Nada deveria ser assim, principalmente o amor.


(Neil Gaiman)

O medo do Amor...

Medo de amar? Parece absurdo, com tantos outros medos que temos que enfrentar: medo da violência, medo da inadimplência, e a não menos temida solidão, que é o que nos faz buscar relacionamentos. Mas absurdo ou não, o medo de amar se instala entre as nossas vértebras e a gente sabe por quê.

O amor, tão nobre, tão denso, tão intenso, acaba. Rasga a gente por dentro, faz um corte profundo que vai do peito até a virilha, o amor se encerra bruscamente porque de repente uma terceira pessoa surgiu ou simplesmente porque não há mais interesse ou atração, sei lá, vá saber o que interrompe um sentimento, é mistério indecifrável. Mas o amor termina, mal-agradecido, termina, e termina só de um lado, nunca se encerra em dois corações ao mesmo tempo, desacelera um antes do outro, e vai um pouco de dor pra cada canto. Dói em quem tomou a iniciativa de romper, porque romper não é fácil, quebrar rotinas é sempre traumático. Além do amor existe a amizade que permanece e a presença com que se acostuma, romper um amor não é bobagem, é fato de grande responsabilidade, é uma ferida que se abre no corpo do outro, no afeto do outro, e em si próprio, ainda que com menos gravidade.

E ter o amor rejeitado, nem se fala, é fratura exposta, definhamos em público, encolhemos a alma, quase desejamos uma violência qualquer vinda da rua para esquecermos dessa violência vinda do tempo gasto e vivido, esse assalto em que nos roubaram tudo, o amor e o que vem com ele, confiança e estabilidade. Sem o amor, nada resta, a crença se desfaz, o romantismo perde o sentido, músicas idiotas nos fazem chorar dentro do carro.

Passa a dor do amor, vem a trégua, o coração limpo de novo, os olhos novamente secos, a boca vazia. Nada de bom está acontecendo, mas também nada de ruim. Um novo amor? Nem pensar. Medo, respondemos.

Que corajosos somos nós, que apesar de um medo tão justificado, amamos outra vez e todas as vezes que o amor nos chama, fingindo um pouco de resistência mas sabendo que para sempre é impossível recusá-lo.
[Martha Medeiros]

O PERMANENTE E O PROVISÓRIO ...

O casamento é permanente, o namoro é provisório.
O amor é permanente, a paixão é provisória.
Uma profissão é permanente, um emprego é provisório.
Um endereço é permanente, uma estada é provisória.
A arte é permanente, a tendência é provisória.
De acordo? Nem eu.

Um casamento que dura 20 anos é provisório. Não somos repetições de nós mesmos, a cada instante somos surpreendidos por novos pensamentos que nos chegam através da leitura, do cinema, da meditação. O que eu fui ontem, anteontem, já é memória. Escada vencida degrau por degrau, mas o que eu sou neste momento é o que conta, minhas decisões valem pra agora, hoje é o meu dia, nenhum outro.

Amor permanente... como a gente se agarra nesta ilusão. Pois se nem o amor pela gente mesmo resiste tanto tempo sem umas reavaliações. Por isso nos transformamos, temos sede de aprender, de nos melhorar, de deixar pra trás nossos imensuráveis erros, nossos achaques, nossos preconceitos, tudo o que fizemos achando que era certo e hoje condenamos. O amor se infiltra dentro da nós, mas seguem todos em movimento: você, o amor da sua vida e o que vocês sentem. Tudo pulsando independentemente, e passíveis de se desgarrar um do outro.

Um endereço não é pra sempre, uma profissão pode ser jogada pela janela, a amizade é fortíssima até encontrar uma desilusão ainda mais forte, a arte passa por ciclos, e se tudo isso é soberano e tem valor supremo, é porque hoje acreditamos nisso, hoje somos superiores ao passado e ao futuro, agora é que nossa crença se estabiliza, a necessidade se manifesta, a vontade se impõe – até que o tempo vire.

Faço menos planos e cultivo menos recordações. Não guardo muitos papéis, nem adianto muito o serviço. Movimento-me num espaço cujo tamanho me serve, alcanço seus limites com as mãos, é nele que me instalo e vivo com a integridade possível.
Canso menos, me divirto mais, e não perco a fé por constatar o óbvio: tudo é provisório, inclusive nós.
[Martha Medeiros]

O contrário do Amor...

O contrário de bonito é feio, de rico é pobre, de preto é branco, isso se aprende antes de entrar na escola. Se você fizer uma enquete entre as crianças, ouvirá também que o contrário do amor é o ódio. Elas estão erradas. Faça uma enquete entre adultos e descubra a resposta certa: o contrário do amor não é o ódio, é a indiferença.

O que seria preferível, que a pessoa que você ama passasse a lhe odiar, ou que lhe fosse totalmente indiferente? Que perdesse o sono imaginando maneiras de fazer você se dar mal ou que dormisse feito um anjo a noite inteira, esquecido por completo da sua existência? O ódio é também uma maneira de se estar com alguém. Já a indiferença não aceita declarações ou reclamações: seu nome não consta mais do cadastro.

Para odiar alguém, precisamos reconhecer que esse alguém existe e que nos provoca sensações, por piores que sejam. Para odiar alguém, precisamos de um coração, ainda que frio, e raciocínio, ainda que doente. Para odiar alguém gastamos energia, neurônios e tempo. Odiar nos dá fios brancos no cabelo, rugas pela face e angústia no peito. Para odiar, necessitamos do objeto do ódio, necessitamos dele nem que seja para dedicar-lhe nosso rancor, nossa ira, nossa pouca sabedoria para entendê-lo e pouco humor para aturá-lo. O ódio, se tivesse uma cor, seria vermelho, tal qual a cor do amor.

Já para sermos indiferentes a alguém, precisamos do quê? De coisa alguma. A pessoa em questão pode saltar de bung-jump, assistir aula de fraque, ganhar um Oscar ou uma prisão perpétua, estamos nem aí. Não julgamos seus atos, não observamos seus modos, não testemunhamos sua existência. Ela não nos exige olhos, boca, coração, cérebro: nosso corpo ignora sua presença, e muito menos se dá conta de sua ausência. Não temos o número do telefone das pessoas para quem não ligamos. A indiferença, se tivesse uma cor, seria cor da água, cor do ar, cor de nada.

Uma criança nunca experimentou essa sensação: ou ela é muito amada, ou criticada pelo que apronta. Uma criança está sempre em uma das pontas da gangorra, adoração ou queixas, mas nunca é ignorada. Só bem mais tarde, quando necessitar de uma atenção que não seja materna ou paterna, é que descobrirá que o amor e o ódio habitam o mesmo universo, enquanto que a indiferença é um exílio no deserto.
[Martha Medeiros]

Mais Clarice...

"Abro o jogo!
Só não conto os fatos de minha vida:
sou secreta por natureza.
Há verdades que nem a Deus eu
contei. E nem a mim mesma. Sou
um segredo fechado a sete chaves.
Por favor me poupem".


""Tenho uma alma muito prolixa e uso poucas palavras; sou irritável e piro facilmente; também sou muito calma e perdôo logo; não esqueço nunca; mas há poucas coisas de que eu me lembre; sou paciente, mas profundamente colérica, como a maioria dos pacientes; as pessoas nunca me irritam mesmo, certamente porque eu as perdôo de antemão; gosto muito das pessoas por egoísmo: é que elas se parecem no fundo comigo; nunca esqueço uma ofensa, o que é uma verdade, mas como pode ser verdade, se as ofensas saem de minha cabeça como se nunca nela tivessem entrando? Tenho uma paz profunda, somente porque ela é profunda e não pode ser sequer atingida por mim mesmo; se fosse alcançável por mim, eu não teria um minuto de paz; quanto a minha paz superficial, ela é uma alusão à verdadeira paz; outra coisa que esqueci é que há outra alusão em mim - a do mundo grande e aberto; apesar do meu ar duro, sou cheia de muito amor e é isso o que certamente me dá uma grandeza...”"

Paixão segundo G.H...

"...Perdi alguma coisa que me era essencial, e que já não me é mais. Não me é necessária, assim como se eu tivesse perdido uma terceira perna que até então me impossibilitava de andar mas que fazia de mim um tripé estável. Essa terceira perna eu perdi.E voltei a ser uma pessoa que nunca fui. Voltei a ter o que nunca tive: apenas as duas pernas. Sei que somente com as duas pernas é que posso caminhar.Mas a ausência inútil da terceira me faz falta e me assusta, era ela que fazia de mim uma coisa encontável por mim mesma, e sem sequer precisar me procurar..."


""Mas tenho medo do que é novo e tenho medo de viver o que não entendo - quero sempre ter a garantia de pelo menos estar pensando que entendo, não sei me entregar à desorientação."

"TUDO É O OLHAR"

Não te amo mais
Estarei mentindo dizendo que
Ainda te quero como sempre quis
Tenho certeza que
Nada foi em vão
Sinto dentro de mim que
Você não significa nada
Não poderia dizer mais que
Alimento um grande amor
Sinto cada vez mais que
Já te esqueci!
E jamais usarei a frase
Eu te amo!
Sinto, mas tenho que dizer a verdade
É tarde demais...
Clarice Lispector

HOMENS QUE SE APROVEITAM...

Entra geração, sai geração e os pais seguem dando os mesmos conselhos.
Mamãe para sua menina: "Filhinha, dê-se o valor. Não saia com qualquer
um, esses garotos só querem se aproveitar de você". Papai para seu
menino: "Filho, não se amarre tão cedo. Faça muita festa, namore todas,
aproveite a vida". Moral da história: toda menina é carniça, todo homem
é urubu. Não olhe agora, mas teias de aranha estão formando-se no teto.

Estou pra ver papo mais obsoleto. Mesmo que as mães estejam hoje menos
caretas e já não destilem tanto preconceito, ainda assim paira no ar a
idéia de que, quando um homem e uma mulher vão para os finalmentes sem
haver um compromisso formal, ele está tirando uma lasquinha da pobre
infeliz, que está ali sendo iludida, usada, consumida. Tirem as crianças
da sala.

O que ninguém contou para o urubu é que a carniça não está morta: ela
também tem fome e sacia-se plenamente com essa refeição. Pelo amor de
Deus, as mulheres aproveitam também! A única diferença é que esse é o
único assunto que a gente não abre para meio mundo: as mulheres é que
são as verdadeiras comem-quietas.

Não acredito quando ouço uma garota dizer que fulano se aproveitou dela.
Como assim, ela estava desmaiada? Algumas mulheres ainda têm esse vício
de achar que uma relação sexual que não evoluiu para o namoro sério ou
para o casamento é uma espécie de estelionato: o cara furtou sua ilusão
de amor. Essa garota até pode ter caído numa cantada mal-intencionada,
mas ainda assim, durante o bem-bom, ela não estava fazendo nenhum
sacrifício: trocou carinho, sentiu prazer, ficou satisfeita. Por que só
o homem se aproveita? Aliás, por que esse "se", como se o ato sexual
fosse praticado por um só? Homens e mulheres apenas "se" aproveitam
quando "se" masturbam, amando-se a si próprios. O resto é em proveito
dos dois.

Ninguém deve se entregar para uma pessoa em troca de garantias. Uma
relação sexual não é um passaporte para o altar, é apenas uma transa,
que pode virar duas, três, trezentas, ou pode permanecer filha única.
Nenhuma mulher pode dizer que alguém se aproveitou da sua ingenuidade
depois de ela ter consentido tirar a roupa. Se tirou, que aproveite
também. Quem acha que o prazer é um direito apenas dos homens precisa
voltar para os anos 70 e recuperar as aulas perdidas.

A DOR QUE DóI MAIS...

Trancar o dedo numa porta dói. Bater com o queixo no chão dói. Torcer o
tornozelo dói. Um tapa, um soco, um pontapé, doem. Dói bater a cabeça na
quina da mesa, dói morder a língua, dói cólica, cárie e pedra no rim.
Mas o que mais dói é saudade.

Saudade de um irmão que mora longe. Saudade de uma cachoeira da infância.
Saudade do gosto de uma fruta que não se encontra mais. Saudade do pai
que já morreu. Saudade de um amigo imaginário que nunca existiu. Saudade
de uma cidade. Saudade da gente mesmo, quando se tinha mais audácia e
menos cabelos brancos. Doem essas saudades todas.

Mas a saudade mais dolorida é a saudade de quem se ama. Saudade da pele,
do cheiro, dos beijos. Saudade da presença, e até da ausência consentida.
Você podia ficar na sala e ele no quarto, sem se verem, mas sabiam-se
lá. Você podia ir para o aeroporto e ele para o dentista, mas sabiam-se
onde. Você podia ficar o dia sem vê-lo, ele o dia sem vê-la, mas
sabiam-se amanhã. Mas quando o amor de um acaba, ao outro sobra uma
saudade que ninguém sabe como deter.

Saudade é não saber. Não saber mais se ele continua se gripando no
inverno. Não saber mais se ela continua pintando o cabelo de caju. Não
saber se ele ainda usa a camisa que você deu. Não saber se ela foi na
consulta com o dermatologista como prometeu. Não saber se ele tem comido
frango assado, se ela tem assistido às aulas de inglês, se ele aprendeu
a entrar na Internet, se ela aprendeu a estacionar entre dois carros, se
ele continua fumando Carlton, se ela continua preferindo Pepsi, se ele
continua sorrindo, se ela continua dançando, se ele continua pescando,
se ela continua lhe amando.

Saudade é não saber. Não saber o que fazer com os dias que ficaram mais
compridos, não saber como encontrar tarefas que lhe cessem o pensamento,
não saber como frear as lágrimas diante de uma música, não saber como
vencer a dor de um silêncio que nada preenche.

Saudade é não querer saber. Não querer saber se ele está com outra, se
ela está feliz, se ele está mais magro, se ela está mais bela. Saudade é
nunca mais querer saber de quem se ama, e ainda assim, doer.

CRÔNICA DO IMEDIATO...

O tempo divide-se entre o ontem, o hoje e o amanhã. Ontem já foi, e
amanhã, vá saber. Dito assim, fica fácil perceber qual das três etapas é
a mais importante. O presente, lógico. O passado é importante pela
bagagem que você traz de lá e o futuro só é importante no plano da
abstração e da fantasia, porque ninguém o alcança: estamos todos presos
neste exato momento.

Diante dessa visão simplista, passado e futuro transformam-se apenas em
sinalizadores de calendário, em semantica para designar quem você foi e
quem você pretende ser quando crescer. No entanto, são justamente esses
dois tempos que monopolizam o planeta. O presente, coitado, não tem
armas para combater duas superpotências chamadas Lembrança e
Expectativa.

O passado é um álbum de fotografias onde as cenas fora de foco não
entram. É a realidade revisada: recordar é esquecer a banalidade dos
fatos. Um encontro amoroso, o que é? Duas pessoas que se olham, se
tocam, se beijam, discutem, fumam, se beijam de novo, implicam uma com a
outra, riem, fazem juras eternas, espirram.

Esse encontro, 24 horas depois, será lembrado com mais boa vontade: a
fumaça do cigarro, as pequenas implicâncias e os espirros sumirão da
memória. Ficarão os beijos, as palavras e os olhares. Foi um encontro
mais ou menos agradável, mas será lembrado como mágico. A saudade faz
tudo subir de escalão.

Suas férias estão sendo boas, mas chove há três dias, a cabana que você
alugou não era bem como o corretor descreveu e você está sentindo falta,
não conte para ninguém, do trabalho! Mas, ao voltar para casa, a
lembrança tratará de aperfeiçoar aqueles 30 dias em Camboriú e você não
cansará de dizer que suas férias foram magníficas. Até mesmo dores
antigas ganham novo status ao serem recordadas: dor-de-cotovelo vira
aprendizado e aquela vontade de se atirar embaixo de um ônibus vira um
profundo processo de autoconhecimento. Ter sofrido no passado é sempre
didático.

O futuro é outra flor de simpatia. A expectativa veste a todos muito bem,
coloca sábias palavras em nossa boca e uma fortuna em nosso bolso. A
megasena acumulada que será sorteada daqui a alguns dias, a entrevista
de emprego marcada para quinta, o próximo verão em Punta, não sairá tudo
como planejamos? Quem dera. A realidade nunca foi páreo para a
imaginação.

Fica o presente, então, encurralado entre esses dois períodos
emblemáticos, o passado e o futuro, quando na verdade ele é que deveria
ser a estrela da festa. O antes e o depois são apenas figuração: durante
é que o desejo é real, que as pernas tremem, que o coração dispara, que
o abraço ainda está quente. A vida é breve e só existe este instante.
Amanhã um pintor de parede estará cobrindo o chão com esse jornal e
minha crônica servirá de capacho para um tênis sujo de tinta. Tic-tac,
tic-tac. O tempo não perdoa.

[Martha Medeiros]

AS BOAZINHAS QUE ME PERDOEM...

Qual é o elogio que toda mulher adora receber? Bom, se você está com
tempo, pode-se listar aqui uns 700: mulher adora que verbalizem seus
atributos, sejam eles físicos ou morais. Diga que ela é uma mulher
inteligente e ela irá com a sua cara. Diga que ela tem um ótimo caráter,
além de um corpo que é uma provocação, e ela decorará o seu número. Fale
do seu olhar, da sua pele, do seu sorriso, da sua presença de espírito,
da sua aura de mistério, de como ela tem classe: ela achará você muito
observador e lhe dará uma cópia da chave de casa. Mas não pense que o
jogo está ganho: manter-se no cargo vai depender da sua perspicácia para
encontrar novas qualidades nessa mulher poderosa, absoluta. Diga que ela
cozinha melhor que a sua mãe, que ela tem uma voz que faz você pensar
obscenidades, que ela é um avião no mundo dos negócios. Fale sobre sua
competência, seu senso de oportunidade, seu bom gosto musical. Agora,
quer ver o mundo cair? Diga que ela é muito boazinha.

Descreva aí uma mulher boazinha. Voz fina, roupas pastéis, calçados
rentes ao chão. Aceita encomendas de doces, contribui para a igreja,
cuida dos sobrinhos nos finais de semana. Disponível, serena, previsível,
nunca foi vista negando um favor. Nunca teve um chilique. Nunca colocou
os pés num show de rock. É queridinha. Pequeninha. Educadinha. Enfim,
uma mulher boazinha.

Fomos boazinhas por séculos. Engolíamos tudo e fingíamos não ver nada,
ceguinhas. Vivíamos no nosso mundinho, rodeadas de panelinhas e
nenezinhos. A vida feminina era esse frege: bordados, paredes brancas,
crucifixo em cima da cama, tudo certinho. Passamos um tempão assim,
comportadinhas, enquanto íamos alimentando um desejo incontrolável de
virar a mesa. Quietinhas, mas inquietas.

Até que chegou o dia em que deixamos de ser as coitadinhas. Ninguém mais
fala em namoradinhas do Brasil: somos atrizes, estrelas, profissionais.
Adolescentes não são mais brotinhos: são garotas da geração teen. Ser
chamada de patricinha é ofensa mortal. Pitchulinha é coisa de retardada.
Quem gosta de diminutivos, definha.

Ser boazinha não tem nada a ver com ser generosa. Ser boa é bom, ser
boazinha é péssimo. As boazinhas não têm defeitos. Não têm atitude.
Conformam-se com a coadjuvƒncia. Ph neutro. Ser chamada de boazinha,
mesmo com a melhor das intenções, é o pior dos desaforos.

Mulheres bacanas, complicadas, batalhadoras, persistentes, ciumentas,
apressadas, é isso que somos hoje. Merecemos adjetivos velozes,
produtivos, enigmáticos. As inhas não moram mais aqui. Foram para o
espaço, sozinhas.

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Eu...


"Sou composta por urgências: minhas alegrias são intensas; minhas tristezas, absolutas. Me entupo de ausências, me esvazio de excessos. Eu não caibo no estreito, eu só vivo nos extremos. Eu caminho, desequilibrada, em cima de uma linha tênue entre a lucidez e a loucura. De ter amigos eu gosto porque preciso de ajuda pra sentir, embora quem se relacione comigo saiba que é por conta-própria e auto-risco. O que tenho de mais obscuro, é o que me ilumina. E a minha lucidez é que é perigosa."

Mulher de um homem só...

Fla é como o urso panda, está quase extinta do planeta. Quando alguém a
ouve dizendo "sou mulher de um homem só", corre para o celular mais
próximo e chama a imprensa para documentar. Quem é, afinal, essa mulher
tão rara?

A mulher de um homem só casou virgem com um escritor que detesta
badalação. A última festa em que ele compareceu foi a do seu próprio
casamento, a contragosto. Ele só gosta de música barroca, uísque e
poesia. Não quis ter filhos. É um homem terrivelmente só que se casou
apenas para que alguém cozinhasse para ele, pois odeia restaurantes.

A mulher do homem só tenta animá-lo. Convida-o para subir a serra e
comer um fondue. O homem faz que não com a cabeça. A mulher convida para
ir a uma feira de antigüidades. Ele dá um sorriso sarcástico. Ela
convida para ir na CasaCor. Ele tem espasmos. Ela convida para um
teatro. Ele pega no sono antes que ela diga o nome da peça.

O homem só gosta de ficar em casa. Não vai ao cinema, nem a parques, nem
a bares. Não visita ninguém. Não votou na última eleição. Não comparece
às reuniões de condomínio. Tem alergia a gente.

A mulher do homem só tentou festejar os 50 anos dele. Convidou os poucos
conhecidos do marido: um irmão, o editor e a mulher deste. Comprou
cerveja, colocou o CD do Paulinho da Viola e flores nos vasos. Os
convidados chegaram e se foram sem ouvir a voz do homem só. Ele apenas
resmungou um obrigado quando recebeu um livro do editor e disse qualquer
coisa inaudível ao ganhar meias do irmão. Passou calado a noite inteira.
Quando pediu licença para ir ao banheiro, não voltou mais.

A primeira vez que a mulher do homem só disse "sou mulher de um homem
só" foi para um motorista de táxi, que ficou muito impressionado. Ela
era jovem, bonita, mas tinha uma tristeza comovente no olhar. Era a
última corrida dele e, impulsivamente, convidou-a para uma caipirinha.
Ela aceitou e, pela primeira vez em muitos anos, teve uma noite animada.

A segunda vez que ela disse "sou mulher de um homem só" foi para o
vizinho do sexto andar. Estavam sozinhos no elevador e ele fingiu não
ouvir. Nunca haviam trocado nem um bom-dia, quanto mais uma confidência.
Mas ela repetiu: "sou mulher de um homem só". Dessa vez falou de um
jeito tão carente que ele se viu obrigado a tomar uma providência. O
sexto andar acabou malfalado no prédio.

A mulher do homem só, então, passou a ter a agenda cheia: o professor de
computação, o gerente do banco, o dono do posto de gasolina. Vivia para
cima e para baixo com seus novos amigos: cinema, shopping, vernissages.
Não corria o risco de encontrar o marido em nenhum desses lugares.
Começou a usar decotes, maquiagem e ria alto. Nunca se sentira tão feliz.
Surgia cada dia com um parceiro diferente nas festas, nas inaugurações
de lojas, nos passeios pelo mercado público. Ganhou má fama. E quanto
mais o povo falava, mais ela desdenhava. Niguém fazia a mínima idéia do
que era ser mulher de um homem só.

[Martha Medeiros]

O QUE QUER UMA MUlHER?

Um bebê nasce. O médico anuncia: é uma menina! A mãe da criança, então,
se põe a sonhar com o dia em que a sua princesinha terá um namorado de
olhos verdes e casará com ele, vivendo feliz para sempre. A garotinha
ainda nem mamou e já está condenada a dilacerar corações. Laçarotes,
babados, contos de fadas: toda mulher carrega a síndrome de Walt Disney.

Até as mais modernas e cosmopolitas têm o sonho secreto de encontrar um
príncipe encantado. Como não existe um Antonio Banderas para todas, nos
conformamos com analistas de sistemas, gerentes de marketing, engenheiros
mecanicos. Ou mecanicos de oficina mesmo, a situação não anda fácil.
Serão eles desprezíveis? Que nada. São gentis, nos ajudam com as
crianças, dão um duro danado no trabalho e têm o maior prazer em nos
levar para jantar. São príncipes à sua maneira, e nós, cinderelas
improvisadas, dizemos sim! sim! sim! diante do altar. Mas, lá no fundo,
a carência existencial herdada no berço jamais será preenchida.

Queremos ser resgatadas da torre do castelo. Queremos que o nosso
pretendente enfrente dragões, bruxas, lobos selvagens. Queremos que ele
sofra, que vare a noite atrás de nós, que faça tudo o que o José Mayer,
o Marcelo Novaes e o Rodrigo Santoro fazem nas novelas. Queremos ouvir
"eu te amo" só no último capítulo, de preferência num saguão de
aeroporto, quando ele chegará a tempo de nos impedir de embarcar.

O amor da vida real, no entanto, é bem menos arrebatador. "Eu te amo"
virou uma frase tão romƒntica quanto "me passa o açúcar". Entre casais,
é mais fácil ouvir "te amo" ao encerrar uma ligação telefônica do que ao
vivo e a cores. E fazem isso depois de terem se xingado por meia-hora.
"Você vai chegar tarde de novo? Tenha a santa paciência, o que é que
você tanto faz nesse escritório? Ontem foi a mesma coisa, que inferno!
Eu é que não vou preparar o jantar pra você às dez da noite, te vira.
Tchau, também te amo." E batem o telefone, possessos.

Sim, sabemos que a vida real não combina com cenas hollywoodianas.
Sabemos que há apenas meia dúzia de castelos no mundo, quase todos
abertos à visitação de turistas. Sabemos que os príncipes, hoje, andam
meio carecas, usam óculos e cultivam uma barriguinha de chope. Não são
heróicos nem usam capa e espada, mas ao menos são de carne e osso, e a
maioria tentaria nos resgatar de um prédio em chamas, caso a escada
magirus alcançasse o nosso andar. Não é nada, não é nada, mas já é
alguma coisa.

Dificilmente um homem consegue corresponder à expectativa de uma mulher,
mas vê-los tentar é comovente. Alguns mandam flores, reservam quarto em
hotéizinhos secretos, surpreendem com presentes, passagens aéreas,
convites inusitados. São inteligentes, charmosos, ousados, corajosos,
batalhadores. Disputam nosso amor como se estivessem numa guerra, e pra
quê? Tudo o que recebem em troca é uma mulher que não pára de olhar pela
janela, suspirando por algo que nem ela sabe direito o que é. Perdoem
esse nosso desvio cultural, rapazes. Nenhuma mulher se sente amada o
suficiente.

[Martha Medeiros]

Leais Inimigos!

"...Os inimigos dizem pela frente
O que os amigos falam pelas costas

O amigo rouba tua mulher
O inimigo come ela e te conta
O amigo não te paga as dívidas
O inimigo nem pede emprestado
O amigo te vende amizade
O inimigo te cobra mais caro

O amigo acende as velas do teu bolo de aniversário
O inimigo apagará as velas da sala do teu velório
E depois vai cuspir na sua cova
O amigo nem vai no seu enterro
Porque esse amigo é simpático e falso
Mas o inimigo será sempre o seu leal inimigo..."

Quem vai entender...


Sou controladora, mas não controlada, enfio os 10 dedos na tomada, levo choque, e mais tarde repito a dose, novo choque: sou uma viciada em arrependimentos emocionais.[ Martha Medeiros]

Amiga verdadeira...


É aquela.. que às vezes, te entende mais do que você, que está ao seu lado, seja quando for, pra o que for, que até que discorda em alguns aspectos, mas te ouve com toda atenção do mundo, que sabe te apontar defeitos e exaltar qualidades com a pura sinceridade, que num olhar consegue te dizer mais coisas do que muitas pessoas tentam em mil palavras, que tem seu sangue, tem sua família, tem seu sobrenome .. e está no seu coração pra sempre, e é com ela que você tem aquele laço verdadeiro de amizade que muitos sonham, alguns conseguem e poucos como vocês, mantém, além de tudo é por toda vida :)

Não Deveria Se Chamar Amor...

O AMOR que eu te tenho é um afeto tão novo
Que não deveria se chamar AMOR
De tão irreconhecível, tão desconhecido
Que não deveria se chamar AMOR

Poderia se chamar NUVEM
Pois muda de formato a cada instante
Poderia se chamar TEMPO
Porque parece um filme a que nunca assisti antes

Poderia se chamar LA-BI-RIN-TO
Pois sinto que não conseguirei escapulir
Poderia se chamar A U R OR A
Porque vejo um novo dia que está por vir

Poderia se chamar ABISMO
Pois é certo que ele não tem fim
Poderia se chamar HORIZONTE
Que parece linha reta mas sei que não é assim

Poderia se chamar PRIMEIRO BEIJO
Porque não lembro mais do meu passado
Poderia se chamar ÚLTIMO ADEUS
Que meu antigo futuro foi abandonado

Poderia se chamar UNIVERSO
Porque sei que não o conhecerei por inteiro
Poderia se chamar PALAVRA LOUCA
Que na verdade quer dizer: aventureiro

Poderia se chamar SILÊNCIO
Porque minha dor é calada e meu desejo é mudo
E poderia simplesmente não se chamar
Para não significar nada e dar sentido a tudo...


[Paulinho Moska]

Demasiadamente especial...


Ele faz parte do melhor pedaço da minha vida,da melhor parte do meu dia.
Foi ele quem tornou os meus dias de 2008 mais felizes[praticamente salvou-me o ano]

Com ele tudo se torna mais divertido.

Ele é o inebriador dos meus dias...

Júlio é como um anjo,tá sempre por perto quando eu preciso;é verdadeiro,é amigo,é intenso,é meu amorzinho.

Hum,é o meu poeta predileto...

E são pra ele todas as canções de amor que eu canto!

"Tudo o que a gente passou
Tudo, tudo que a gente criou
Foi maravilhoso, inesquecível, demais ...!"

É tão bom tê-lo em minha vida por todos esses anos

Seu jeito conquistou-me de tal forma, que meu viver só faz sentido quando ele se faz presente.

Ele fora aos poucos se tornando essencial em minha vida.E hoje o meu dia só tem graça quando a gente tá grudadinho um no outro.huahauahua

Ele é meu bichinho mais lindo,meu bebê,meu sol,meu luar,meu desejo mais profundo de viver.

Eu o amo a cada instante do meu dia.

Só ele cuida de mim como ninguém,deve ser por isso que eu não consigo apagá-lo da mente[nem do coração]por nenhum instante sequer.

ps:Que o ano este seja belo como todos os anos em que vc se fez presente.
pps:Te amo


Júlio é a prova de que boas recordações...Ficam pra sempre!

"Coisas do passado são alegres quando lembram novamente as pessoas que se amam!"



"Há tanto tempo que eu deixei você
Fui chorando de saudade
Mesmo longe não me conformei
Pode crer
Eu viajei contra a vontade

O teu amor chamou e eu regressei
Todo amor é infinito
Noite e dia no meu coração
Trouxe a luz
Do nosso instante mais bonito

Na escuridão o teu olhar me iluminava
E minha estrela-guia era o teu riso
Coisas do passado são alegres
Quando lembram novamente
As pessoas que se amam...

Em cada solidão vencida eu desejava
O reencontro com teu corpo abrigo
Ah! Minha adorada
Viajei tantos espaços
Prá você saber assim no meu abraço,

Te amo!"

E não podia faltar...

Garganta.

Minha garganta estranha
Quando não te vejo
Me vem um desejo
Doido de gritar

Minha garganta arranha
A tinta e os azulejos
Do teu quarto, da cozinha
Da sala de estar

Venho madrugada
Perturbar teu sono
Como um cão sem dono
Me ponho a ladrar

Atravesso o travesseiro
Te reviro pelo avesso
Tua cabeça enlouqueço
Faço ela rodar

Sei que não sou santa
Às vezes vou na cara dura
Às vezes ajo com candura
Pra te conquistar

Mas não sou beata
Me criei na rua
E não mudo minha postura
Só pra te agradar

Vim parar nessa cidade
Por força da circunstância
Sou assim desde criança
Me criei meio sem lar

Aprendi a me virar sozinha
E se eu tô te dando linha
É pra depois te... Han!

Aprendi a me virar sozinha
E se eu tô te dando linha
É pra depois te abandonar...

Minha garganta estranha...


Aprendi a me virar sozinha
E se eu tô te dando linha
É pra depois te abandonar
Eh! Eh!

Aprendi a me virar sozinha
E se eu tô te dando linha
É pra depois te abandonar..."

[Ana Carolina]

"Minha força está na solidão. Não tenho medo nem de chuvas tempestivas nem de grandes ventanias soltas, pois eu também sou o escuro da noite..."

Um pouco de tio Nietzsche...

"Não há fatos eternos, como não há verdades absolutas."

"O que não provoca minha morte faz com que eu fique mais forte."

"Aquilo que se faz por amor está sempre além do bem e do mal."

"No matrimónio existem apenas obrigações e alguns direitos."

"É pelas próprias virtudes que se é mais bem castigado."

"Há uma exuberância na bondade que parece ser maldade."

"Na vingança e no amor a mulher é mais bárbara do que o homem."

"Fiquei magoado, não por me teres mentido, mas por não poder voltar a acreditar-te."

"O verdadeiro homem quer duas coisas: perigo e jogo. Por isso quer a mulher: o jogo mais perigoso."

"A mulher foi o segundo erro de Deus."

"Há sempre alguma loucura no amor. Mas há sempre um pouco de razão na loucura."

"Só se pode alcançar um grande êxito quando nos mantemos fiéis a nós mesmos."

"Sou demasiado orgulhoso para acreditar que um homem me ame: seria supor que ele sabe quem sou eu. Também não acredito que possa amar alguém: pressuporia que eu achasse um homem da minha condição."

É festa...


Quando a gente ama
Faz qualquer loucura
Só se pensa em cama
Se perde a censura
A alma desembesta
É Festa! É Festa!
É Festa! É Festa!
Até quando o sol raiar...

Quando a gente gosta
Gosta de anarquia
Anda descomposta
Fica mais vadia
Faz o que não presta
É Festa! É Festa!
É Festa! É Festa!
Até quando o sol raiar...

Ah!
Vale tudo na hora
Da gente amar
E a gente diz coisas
Que nem ia imaginar
Me lambe, me morde
Me arranha, me bate
Ah!
Isso não tinha que acabar...

Quando a gente ama
Rir de orelha a orelha
Faz qualquer programa
O que der na telha
Canta até seresta
É Festa! É Festa!
É Festa! É Festa!
Até quando o sol raiar...

Quando a gente gosta
Some do analista
Topa até proposta
De ser naturista
Rir de quem contesta
É Festa! É Festa!
É Festa! É Festa!
Até quando o sol raiar...

Ah!
Vale tudo na hora
Da gente amar
E a gente diz coisas
Que nem ia imaginar
Me lambe, me morde
Me arranha, me bate
Ah!
Isso não tinha que acabar...

Quando a gente ama
Anda mais risonha
Vira mulher-dama
Fica sem vergonha
Traz isso na testa
É Festa! É Festa!
É Festa! É Festa!
Até quando o sol raiar...

Quando a gente gosta
Claramente assume
E se alguém encosta
Morre de ciúme
Paga até sugesta
É Festa! É Festa!
É Festa! É Festa!
Até quando o sol raiar
Até quando o sol raiar
Até quando o sol raiar
Até quando o sol raiar
Até quando o sol raiar...

[Simone]

;)...

"Me recuso a dar informações
sobre o paradeiro das minhas idéias malditas
elas se escondem bem demais
só eu sei o caminho ,só eu sei
em quem dói mais...!"

"Donzelas medievais
não existem mais
hoje só existe a mulher
castidade e magia
cambraia, cetim
hoje
vou fazer o retrato falado de mim
primeiro salto
oito e meio
vestido pérola
e qualquer coisa enrolada no pescoço
choque e contraste
segredos mal guardados
tramas de inverno
manhãs bem cedo
naquela época
eu tinha uma saia acima do joelho
e manias
convém selecionar certas regalias
adoro que me imitem
postura fashion
e transparências
invisíveis à noite
impossíveis de dia
uma mulher são várias
e uma só
mantenho um certo ar psicodélico
só uso batom e cajal
preto quando estou de preto
azul quando estou de mal
levo pouca coisa na bolsa
e levo sustos
quando me olho no espelho
uma mulher é uma só
mas são tantas
faço tudo o que todo mundo faz
ultrachique
só mudo os horários
vario os personagens
me divirto demais
ninguém percebe
alguém me cobre de flores
e redescubro a criança que está por trás
leio em ftancês
mal penteio os cabelos
e pago caro por tudo
caso contrário
faria tudo o que todo mundo faz
uma mulher
é muito mais do que ela sabe ser
e o resto são fantoches
broches na camisa
um clima dark
temperatura amena
e eu como tantas
serena
me contradigo
não faço o jogo da sedução
mas sei as regras
e o resto são fetiches
deboches
beijos em clima de happy end
repentes
champanhe às cinco
e assim brinco
pingente
sou eu mesma
esquisita e peculiar
uma mulher é uma só
e ninguém mais...!'

Mais Martha Medeiros...




Eu não resisto,sinto-me na obrigação de compartilhar isso com vocês!

"A ninguém ofereço meu vinho branco não empresto minhas roupas mais caras e são só meus os meus segredos...!"

"A força de um ato
dura o tempo exato
para ser compreendida
depois disso é bobagem
vira longa-metragem
por acaso estendida
fora o essencial
nada mais é natural
vira apenas suporte
pena a vida não ter corte!"


"o mistério me fascina
porque não me explica nada
não me dá satisfação
tá pouco ligando
pro meu cárcere
e eu fico imaginando uma resposta
uma invenção
para tirar sua força
qualquer coisa como ser um morcego
que não voa
e é um pássaro!"

"eu quero em mim
uma pessoa
não muito assim
ou muito não
eu quero em mim
uma pessoa
geral
poucos muitos
mas muitas coisas
muitas vidas
pessoa assim
nem muito ou pouco
mas pessoa
em tudo e em todas
total!"

"Quando dou pra ti
Sou mulher
quando dou por mim
solidão...!"

As Aparências Enganam...

"...As aparências enganam, aos que odeiam e aos que amam
Porque o amor e o ódio se irmanam na fogueira das paixões
Os corações pegam fogo e depois não há nada que os apague
se a combustão os persegue, as labaredas e as brasas são
O alimento, o veneno e o pão, o vinho seco, a recordação
Dos tempos idos de comunhão, sonhos vividos de conviver
As aparências enganam, aos que odeiam e aos que amam
Porque o amor e o ódio se irmanam na geleira das paixões
Os corações viram gelo e, depois, não há nada que os degele
Se a neve, cobrindo a pele, vai esfriando por dentro o ser
Não há mais forma de se aquecer, não há mais tempo de se esquentar
Não há mais nada pra se fazer, senão chorar sob o cobertor
As aparências enganam, aos que gelam e aos que inflamam
Porque o fogo e o gelo se irmanam no outono das paixões
Os corações cortam lenha e, depois, se preparam pra outro inverno
Mas o verão que os unira, ainda, vive e transpira ali
Nos corpos juntos na lareira, na reticente primavera
No insistente perfume de alguma coisa chamada amor..."

[Elis Regina]
"O que faço de bom faço malfeito
pareço artificial quando sincera
mera falta de jeito pra viver
sou a filha predileta do defeito...!"


"Aquele amor poderia ter me matado
como mata centenas de mulheres por aí
certos amores não passam
de uma bomba a ser desativada a tempo...!"

"espelho, espelho meu
existe no mundo alguém
que reflita mais do que eu?!"


"a todos trato muito bem
sou cordial, educada, quase sensata
mas nada me dá mais prazer
do que ser persona non grata
expulsa do paraíso
uma mulher sem juízo, que não se comove
com nada
cruel e refinada
que não merece ir pro céu, uma vilã de
novela
mas bela, e até mesmo culta
estranha, com tantos amigos
e amada, bem vestida e respeitada
aqui entre nós
melhor que ser boazinha é não poder ser
imitada...!"

"companheiro tão distinto
meu querido e velho instinto
me conduz sempre sem pressa
nesse passo sempre certo que pressinto!'

"mesmo tendo juízo
não faço tudo certo
todo paraíso
precisa um pouco de inferno...!"

:)

"A juíza das minhas loucuras
é severa demais pra me inocentar
não cobra depoimentos
nem sopra os ferimentos da tortura
simplesmente decreta pra minha culpa
prisão domiciliar...!"

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Sobre mim...


Egoísta, inútil, infeliz, tímida, anti-social, antipática, incoerente, louca, imprevisível e até uma pessoa boa...

Malditos!

Maldição
Se por vinte anos, nesta furna escura,
Deixei dormir a minha maldição,
_ Hoje, velha e cansada da amargura,
Minha alma se abrirá como um vulcão.
E, em torrentes de cólera e loucura,
Sobre a tua cabeça ferverão
Vinte anos de silêncio e de tortura,
Vinte anos de agonia e solidão...
Maldita sejas pelo ideal perdido!
Pelo mal que fizeste sem querer!
Pelo amor que morreu sem ter nascido!
Pelas horas vividas sem prazer!
Pela tristeza do que eu tenho sido!
Pelo esplendor do que eu deixei de ser!...

Olavo Bilac

Gente...

Não sei se gosto de gente, de verdade, acho que não gosto de ninguém o tempo todo, talvez por alguns momentos...
É muito dificil gostar de gente, são muito volúveis, cheias de vontades e percepções egoísticas, é impossível aturar alguém o tempo todo e tratá-la de igual maneira, eu tenho aquelas pessoas me aturam por força do hábito, mas que normalmente preferem não ter contato com minhas deficiências sociais que paulatinamente se apresentam... Então por que?
Eu sei que não suporto, tentei por algumas vezes e sempre acabei detestando as pessoas, uma primeira impressão, a novidade, as virtudes e a disparidade entre eles e eu me absorvem e eu contemplo admirado as vicissitudes de um novo intelecto... Mas o tempo começa a diluir a primeira grandeza, as pessoas perdem-se em seus próprios egos, admitem coisas que me enojam, agem de maneira que não entendo... E perdem-se na miséria da raça humana... Tenho certeza que eu também me apresento a elas uma fraude completa, infeliz regurgitação de um ego putrefato, é o que eu sou... Mas as pessoas se apegam a meu sarcasmo e o tomam, por um tempo, como traço intelectual... De intelectual não tenho quase nada, não para o tratamento social... É exatamente a inexistência de qualquer cacuete social quem me faz sarcástica demais... e por isso mesmo, admirável demais...
O que é isso?!?! Por isso que não gosto de gente, tenho consciência de que não sou boa companhia, que maltrato os outros por completo despreparo emocional, e que entre meus altos e baixos psicóticos produzo uma aura de inteligência que não procede, sou menos que medíocre em tudo... Mas na azáfama da mediocridade mundana eu tenho meus momentos de felicidade, poucos e breves, parece suficientes para os poucos admitem minha presença...
Mas nem por isso eu gosto de gente, acho-os mesquinhos demais, prontos as falsidades, alardeam amores pela frente e submetem francos desabafos calamitosos pelas costas, e conheço muitos assim... Eu mesma cerco-me de sarcasmo perto dos que abomino, encho-os de engrandecimentos falsos e falo verdades em tons de ironia, e assim pensam eles que eu sou estúpida, e enchem os ouvidos dos outros, quando me ausento, do quão problemática e infeliz eu sou... Ah, mas eu bem sei que eles também são ainda piores que eu... Engana-me que eu te engano também...
Agora começam a ver os traços humanos em mim? Mas eu não escondo que detesto e mesmo evito o trato humano, eles não, preferem manter as máscaras suspensas, trocando-as pelo bel prazer da calúnia e do mau gosto humano, sem nunca deixar cair para mostrar a face do que realmente são... Eu prefiro ser só isso mesmo, sarcástica e irônica, na dose em que me permite um mínimo intelecto adquirido a pesadas penas...
Já disse antes, e direi sempre, não me devem perguntar aquilo que não querem ouvir respondido sinceramente, tenho adquirido uma dose de bom senso, mas não confio na manutenção deste senso, às vezes prefiro as verdades ditas diretamente que os falsos alardes que se perpetuam por aí...
É assim então, entre trancos e barrancos que eu acredito que se constrói uma presença insensível e que passará despercebida quando sumir... Odeio essa gente toda, se não imediatamente, com um pouco de tempo sempre consigo detestar as pessoas... Fraqueza que ainda falta muito para eu melhorar... Então, como de costume...
Foda-se!!!

É desprezível a vida...

O desprezo das pessoas,
o menosprezo das pessoas,
o desespero das pessoas,
as pessoas...
É frustrante lidar,
falar,
ouvir,
aturar,
as pessoas...

Fazer o que né, a vida é isso mesmo, aturando quem não queremos, suportando o que não devemos... Segue adiante a realidade de não ter e a incapacidade de querer... Segue a vidinha energúmena e sem graça de todos os dias... segue essa vida incessante... inafável, embriagada de desprezíveis menosprezos desesperadores...

Passando...

Tudo passa...

Oportunidades...
perdidas!
Pessoas...
sofridas!
Amores...
sofridos!
Vontades...
desfeitas!
Vida...
vivida!

Não é por nada não, mas as vezes tenho a impressão que minha vida anda meio mal, o que eu quero não sei, quem me acompanha não entende, quem eu acompanho eu desprezo...
A vida é um vil ofídeo a espera no escuro para envenenar a inexpressividade que é o existir humano, ou isso ou eu ainda não sei viver... Medo, temores, fraquezas... São tantos termos negativos para tão poucos singelos momentos positivos que sinceramente me pergunto onde está o erro... em mim ou no resto do mundo...
Certamente, eu hei de me responder, e sempre encontro mais razões em minhas falhas... Mas não são falhas senão aos olhos alheios, e só as considero marcas indeléveis de uma fraqueza de espírito quando me são atiradas à cara... A perfeição é inatingível apenas enquanto se consideram as opiniões adversas...
Acho que merece explicar um pouco essa assertiva final... Traço então um paralelo meio torto, quem de vós, leitores imaginários, não fez uma prova e saiu dela com a certeza da exatidão de suas respostas? É apenas pelo comentário de terceiros que se desmembra a fantasia da perfeição inequívoca... Assim não será tudo na vida? Tudo não passará de uma contínua briga de menosprezos e devassidão para submeter as "perfeições" a um critério impossível de se atingir?
Pois é... por isso vou só passando, deixando minhas vicissitudes pelo mundo, mesmo que aos olhos dos outros elas sejam mais devassas do que eu consiga imaginar...

Certas vezes sou...

Enfadonha,
desinteressante,
inconclusiva,
prolixa,
desagradável,
impertinente...
A lista continua, com termos que consigo encaixar na minha imberbe existência, de que adiantam as palavras, as ações, as escolhas, as mágoas, as felicidades, o tempo gasto, o pensamento perdido... Nada é suficiente, e quanto mais tempo passa mais as pessoas deveriam ser capazes de notar o quanto são inoportunas ao ambiente, o quanto elas destróem uns aos outros, consciente e incoscientemente... Eu estava tentando encontrar um sentido lógico para a vida, mas não há uma análise físico-química agradável, somos átomos unidos por afinidades eletromagnéticas, organizadas tais quais os universos se organizam e desorganizam, é do caos que devemos nossas vidas, um caos metódico e espasmódico... Pensei então em tentar sossego na explicação da morte, afinal é meramente o retorno ao estado mais puro de energia, tudo tende ao estado energético mais baixo, que é a poeira atômica...
Não foram conceitos agradáveis de se pensar, uma teoria matemática meticulosa do ser humano é possível, e sua determinação é tal qual a de todas as coisas do universo, uma equação do caos... Será que há lógica nisso? Há quem diga que existe um deus no caos, que ele ordenou e fez-se a primeira luz, se isso foi verdade então ele morreu logo após e deixou a ordem do universo entregue a si própria...
Acontece que a pequeneza do punhado orgânico que somos precisa crer que o caos é controlável, e que não nos limitamos a um mero piscar de olhos na existência maior das coisas, um conjunto pouquíssimo provável de átomos pesados que conseguem compreender a si próprios, e não simplesmente sentir...
Então, todo mundo não é nada, eu não sou nada, a existência não é nada, a morte não é nada... E que vida é essa que não representa nada? Ou será simplesmente que quem não tem nada sou eu?
A questão da vida, dizem, é saber vivê-la e não se preocupar em entendê-la, mas como se vive uma mentira incompreensível? Ou como se define vida sem entendimento da existência?

Detesto isso...

Não sou fiel apreciadora dessa vida ridícula que tomamos, cheia de solavancos e falhas e problemas, uma realidade inflexível e desonesta...
Mas ainda assim me constrange ver as coisas acontecerem dessa forma, os momentos passando relapsos e as boas coisas desapercebidas... E olhem que eu não sou muito vivaz para perceber nada... Na verdade, por vezes creio ser incapaz de crer na realidade cuspida na minha cara, talvez seja um mal de criação, aprendi que não se deve demonstrar a confiança aos outros, sobre pena de ser sobrepujado, por isso mesmo nem mesmo as pessoas que mais confio sabem da confiança que tenho nelas e as que menos confio se julgam prazerosas de uma amizade mutuamente profícua... Mas em minha vida aprendi apenas a não deixar algumas tendências éticas e morais para as quais fui criado serem livremente exibidas ao mundo... Aprendi isso de maneiras muito traumáticas, e com elas reprime as bondades e simpatias que já tive...
Hoje, o mundo merece meu sarcasmo, meu estado agressivo e auto-depreciativo, o que dizer então da falsidade e da imprudência, não me importo mais em ser bode expiatório para realidades não ditas, e menos ainda tenho ligado para omitir verdades que seriam melhor ditas... Simplesmente abandonei as esperanças de um mundo como fui criado para crer que fosse...
Existe uma pessoa que é capaz de me descrever exatamente como eu sou, mas ela guarda para si todas as verdades que possuo, existe uma outra que é capaz de ler por todas as máscaras e falsidades erigidas ultimamente e literalmente fazer desmoronar as mentiras construídas no que chamo de vida... E faz falta ter alguém que compreenda sem precisar explicar mais nada... E são poucas as pessoas assim na vida... Eu imagino que seja, ao menos para alguém como eu...
Ainda assim, mentira sobre mentira, muro por muro erigido no isolacionismo da vida, as coisas permanecem em aberto, cada vez menos agradável, dá até para sentir os ventos de uma mudança que precisa vir, senão tudo vai se tornar muito insuficiente...

Não não...

Não, eu não gosto de você...
Não, eu não me importo...
Não, eu não quero saber...
Não, eu não to nem aí...
Não, eu já disse!

Não é não...
Mas há quem não entenda...
Afinal, um duplo não é como um sim...

Várias problemas para lidar, sem soluções a curto prazo... melhor esquecer, eu não me importo, eu não quero saber, eu não to nem aí!

Quer saber?

Eu não estou alegre, nem triste... Nem mais entediada, nem tenho o que fazer... Nem esperançosa, nem sem perspectivas... Em cima do muro deve servir...


A questão mais singela da vida é o que fazer dela, pergunte a si próprio o que queres, e as respostas aglutinam-se tal qual sangue coalhando, e tal qual o sangue coagulado que entope a vazão contínua, as idéias que construímos impedem o prosseguimento fluído da vida, sonhos não praticáveis acumulam-se com rapidez, e o desgosto por não vê-los concluídos destrói o desejo de continuar... Um mero coágulo pode destruir uma vida, basta que exploda no lugar correto ou que tenha o tamanho suficiente... Um mero sonho desiludido pode destruir a vida...



Sonhar é veneno, esperar é morrer, querer é nunca alcançar...

Ter é poder, não ter é viver querendo...

Sim, abandono...

E o que seria abandonar?

Seria deixar? Se assim for, eu não deixo nada, tudo vai comigo, todos continuam na mesma, só quem não fica sou eu.

Seria desamparar? Em que universo alguém ficaria desamparado com minha ida... Simplesmente vou daqui prali, tal qual caixeiro viajante, desamparo maior é a minha vida, não a de ninguém mais...

Seria afastar-se de algo? Obviamente me afasto, mas no mundo de hoje, estar afastada não significa estar ausente, mesmo que no virtual, mesmo que por meios indiretos, entrego-me a possibilidade do esquecimento e daí a abandonada sou eu...

Seria desistir de algo? Não desisto de nada, simplesmente recondiciono a maneira de levar as coisas, e o local de onde zelarei por elas.

Seria não se interessar por algo? Que interesses abandono... Não tenho nada que me faça importância em permanecer, nada que me prenda fielmente o interesse...

Seria desprezar? Algum dia prezei por algo... Não me recordo de dar importância, nem de prometer nada a ninguém, nem mesmo quando quis, jamais fui adiante... Não posso, portanto, desprezar o que jamais tive coragem de ter em primeiro lugar...

Seria dar-me ao desprezo? Nunca tive suficiente autoestima para vangloriar-me genuinamente, porque haveria então de desmerecer o que jamais foi...

Seria entregar-me? Dar-me por vencido? Mas nada me enfrenta, ninguém me enfrenta, vivo na mesma comiseração com que parto, entregar-me a que... Já a muito tempo entreguei-me ao desgosto de mim mesmo...

Seria deixar-me vencer pela fadiga, pela preguiça, pelo vício...? Ah sim, isso sim, cansei desse inoportuno viver... Dilacerado existir, impertinente sobreviver, dar-me-ei tempo, e se isso é um abandono, pois que seja pela fadiga, preguiça e vício... vício nunca atingido, sempre desejado... Cansei...

Minhas malas amontoam-se, minhas coisas empacotadas, minha vida cabe em uma pequena mala de mão... Que bobagem, quanta bobagem... Bagagem...

Poemas...

Por viver.



Morro a cada dia,

Morra na ignorância,

Morra no saber!



Vivo a cada dia,

Viva a vida,

Viva a morte!



Morrer, viver,

Eterno padecer,

Etéreo existir,



Viver, morrer,

Divagações,

Perturbações!



Morro, para viver,

Morrendo...

Vivendo...

Por viver.


:P




Sinto, o que?



O sonho morreu,

A esperança se foi,

A crença acabou,

O ódio é maior?



O querer não quer mais,

A sensatez é insensata demais,

A confusão de ser,

O sentimento que não é...



:)



Eu, diferente de mim?



Amo eu mesmo,

Quem sou eu?

Admiro um eu mesmo,

Quem é “eu”?



Sinto a mim mesmo,

Quem sabe o que é?

Detesto a mim mesmo,

Quem sabe por que?



“Mim” não ama,

Eu quem amo,

“Mim” não pode querer,

Quem quer sou eu.



Mas quem sou eu?

Retrato de mim mesmo...



;)



Persuasão egoísta.



Persuado,

Surrado,

Suado,

Sua?

MINHA,

Sempre minha!

Um post especial...

Sofro pelas mulheres
que não conheceram o amor:
as desamadas,
as mal amadas,
aquelas para quem
o sol não brilhou.
Aquelas que não choraram.
Aquelas que não sofreram.
Aquelas que não gozaram.

Sofro pelas mulheres que não tiveram
os seios tocados;
os lábios procurados;
que se cansaram, em vão,
da solidão,
ou jamais dormiram
no leito de um deus.

Sofro pelas mulheres de bronze
que não sentiram
A torturante ausência
do amor
porque vazia foi
a vida e não viveram.
Sofro por todas elas.
Aquelas que não choraram,
aquelas que não sofreram,
aquelas que não gozaram,
aquelas que não, e não e não.

Este é um post especial, dedicado a alguém, não sei quem... mas quem se identificar com ele primeiro, pode clamar e ficar para si... A maioria de meus visitantes imaginários que não se identifiquem de maneira alguma com esta poesia, reflita um pouco melhor... Será que algum dia alguém viveu como deveria? Chorou por alguém merecedor, sofreu por alguém digno, gozou dos amores infinitos... realmente, acho que não, e não e não... isso é deveras raro demais para uma existência tão pobre como a humana...

Eu me importo?

Não me importo mais,

comigo, ou com você,

com o vizinho ou com a tia,

com a verdade ou com a mentira,

com nada ou com tudo...

Não me interessa mais...

a vida ou a morte,

o certo ou o errado,

a vaidade ou o descaso,

Não ligo mais,

pros que pensam,

pros que não pensam,

pros que não querem,

pros que podiam querer,

Não adianta mais,

compreender,

viver,

morrer,

continuar.

Não, nada mais...

DEZ NOTAS BREVES SOBRE SUICÍDIO (Renato Suttana)...

"Em tardes como esta
pensar em suicídio já é
suicidar-se um pouco.

*

Quem nunca pensou em se matar
provavelmente
nunca pensou.

*

Poder dizer algum dia:
Fui o melhor amigo
de um suicida.

*

O mais perfeito suicida:
aquele que não deixa cartas
de despedida.

*

Suicidar-se –
como quem se demite
de uma tarefa desagradável.

*

Afundar-se.
Deixar-se assassinar
por si mesmo.

*

Para isso
não existe
uma época ideal. (Agora é sempre a época ideal).

*

Em tardes como esta
pensar em suicídio
retarda o ato.

*

Só para os que lá
chegaram.
(Para os que se lançaram ao vôo.)

*

Numa outra tarde que não esta
pensar em suicídio
suscitaria o ato."

A saída poética da realidade indisposta... "quem nunca pensou em se matar provavelmente nunca pensou"... a morte espreita cada segundo, estreita cada minuto, finda cada hora trazendo-o mais para perto de si... e não são poucos os momentos em que a bendita morte nos é trazida e esbofeteada na cara, seja numa desilusão, seja no confronto com a morte alheia, seja no confronto com a vida alheia! Somos levados ao pensamento final, mesmo sem que tenhamos consciência, e porque? Somente para aumentar os agouros que a vida já impõe, maldita realidade que não dispomos controle!

Antisocial x contra-social

Ser antisocial é menosprezar o contato humano, é desistir de se importar, é desconsiderar a importância do próximo... eu sou antisocial!
Pra mim a vida do próximo é besteira, eu que viva, ele que tente viver! Egoísmo? Sim, porque não, todos somos egoístas, em algum nível, o mais santo dos santos tinha motivos para se manter isolado, seja em estudos, seja na palavra de deus, e isso é egoísmo para os necessitados, ou não?
Eu abraço a auto-exaltação, porque se não partir de mim, não partirá de mais ninguém, reconhecimento é balela social pra quem faz uma excentricidade, eu prefiro ser exclusivo para eu mesmo, vivo como narciso viveu e morreu, encantado cosigo próprio...
Mas isso não implica em ser contra a socialização, pois preciso do contato humano, senão quem realizará as funções que desprezo? Quem tornará minha existência menos ruim? Com que compararia os sufrágios da vida? ahhh, o anarquismo social é péssimo, diria até anti-humano, as regras são simples, mas existem, os paradigmas existem e são odiados, mas não por mim, pra mim regras e paradigmas servem para manter minha antisocialização sem ser contrário a sociedade!!
Criamos um modelo de relacionamentos despretensuoso, desinibido, invariavelmente pobre... dá-se preferência as banalidades das pessoas e as frivolidades da vida, e o encaixe social se dá, exatamente, em corroborar com essa estupidez! Me nego, veementemente!
Prefiro desprezar o próximo e viver cordialmente descordando de tudo e de todos, fechado numa realidade absolutamente minha, embora enganando as necessidades socializantes do mundo... Vivo, portanto, na farsa social que os homens criam... e que eu deturpo ainda mais a meu bel prazer...
E o porque disso tudo? Porque estou desacreditado, incrédulo nas capacidades humanas, ou, ao menos, nas capacidades desta raça ignorante de conviver, escolho o caminho mais rápido e fácil, ao invés de permanecer no sistema e mudar, ou ao menos conviver, prefiro me revoltar, interiormente, e deixar pra lá... que se exploda! É mais ou menos o que eu espero...
Eu sou, portanto, uma sociopata, ou assim me caracterizam, no entanto, sou improdutiva, pois apesar de todos os desmerecimentos, há loucos que ainda se consideram merecedores de minha presença social...

Mais música...

Almanaque
Oswaldo Montenegro

Composição: Chico Buarque de Holanda

Ô menina vai ver nesse almanaque como é que isso tudo começou
Diz quem é que marcava o tique-taque e a ampulheta do tempo que disparou
Se mamava de sabe lá que teta o primeiro bezerro que berrou
Me diz, me responde, por favor
Pra onde vai o meu amor
Quando o amor acaba

Quem penava no sol a vida inteira, como é que a moleira não rachou
Me diz, me diz
Quem tapava esse sol com a peneira e quem foi que a peneira esburacou
Quem pintou a bandeira brasileira que tinha tanto lápis de cor
Me diz, me responde por favor
Pra onde vai o meu amor
Quando o amor acaba

Quem é que sabe o signo do capeta, o ascendente de Deus Nosso Senhor
Quem não fez a patente da espoleta explodir na gaveta do inventor
Quem tava no volante do planeta que o meu continente capotou
Me responde por favor
Pra onde vai o meu amor
Quando o amor acaba

Vê se tem no almanaque, essa menina, como é que termina um grande amor
Se adianta tomar uma aspirina ou se bate na quina aquela dor
Se é chover o ano inteiro chuva fina ou se é como cair o elevador
Me responde por favor
Pra que tudo começou
Quando tudo acaba

Oswaldo Montenegro

Essa música é simplismente esplêndida...além de ser bastente intensa!

Pra começar não tem como não gostar de Oswaldo...Mas a Lista,sensibiliza o coração de qualquer um.

"Faça uma lista de grandes amigos
Quem você mais via há dez anos atrás
Quantos você ainda vê todo dia
Quantos você já não encontra mais...
Faça uma lista dos sonhos que tinha
Quantos você desistiu de sonhar!
Quantos amores jurados pra sempre
Quantos você conseguiu preservar...
Onde você ainda se reconhece
Na foto passada ou no espelho de agora?
Hoje é do jeito que achou que seria
Quantos amigos você jogou fora?
Quantos mistérios que você sondava
Quantos você conseguiu entender?
Quantos segredos que você guardava
Hoje são bobos ninguém quer saber?
Quantas mentiras você condenava?
Quantas você teve que cometer?
Quantos defeitos sanados com o tempo
Eram o melhor que havia em você?
Quantas canções que você não cantava
Hoje assobia pra sobreviver?
Quantas pessoas que você amava
Hoje acredita que amam você?"

Tia Ana Carolina...

As músicas dela tendem a ser tão a minha cara, que às vezes chego a crer que são escritas pra mim!rs

Pretenciosa?Sim,eu sou...

"Não fale desse jeito comigo que eu não gosto
Eu tô fingindo calma com a alma carregada
Não fale desse jeito comigo que eu não quero
Não se meta nem comigo nem com o povo que eu paquero
Não fale desse jeito comigo que eu detesto
Tão dizendo nas esquinas, nas quebradas, é que eu não presto

Esse calor que sai de você embaçou o meu retrovisor
Você não quer que eu olhe pra trás e diz que o passado já passou
Esse calor que sai do cigarro que você fuma falando de amor
Não fale mais, o futuro é a arma da ilusão que foi você que carregou

Não fale desse jeito comigo que eu atiro
Eu tô num dia lindo com minha nuvem carregada
Que não cruze o meu caminho quem me despreza
Na guerra eu tô no meu direito e já inventei a minha reza

Eu jogo pra ganhar e de ninguém eu tiro
E se não escutou, eu uso o berro, eu uso o grito

Não fale desse jeito comigo que eu não gosto
Não fale desse jeito comigo que eu não quero
Não fale desse jeito comigo que eu detesto
Não fale desse jeito comigo que eu não gosto!"

Não podia faltar!

De todas as músicas interpretadas pela Alcione,A Loba é a que mais mexe comigo...toca-me profundamente!Como se tivesse sido feita pra mim...Não existe uma só vez que eu a ouça sem que me arrepie,é simplismente perfeita.

:)
"Sou doce, dengosa, polida
Fiel como um cão
Sou capaz de te dar minha vida
Mas olha, não pise na bola
Se pular a cerca eu detono, comigo não rola
Sou de me entregar de corpo e alma na paixão
Mas não tente nunca enganar meu coração
Amor pra mim, só vale assim
Sem precisar pedir perdão
Adoro sua mão atrevida
Seu toque, seu simples olhar
Já me deixa despida
Mas saiba que eu não sou boba
Debaixo da pele de gata
Eu escondo uma loba
Quando estou amando eu sou mulher de um homem só
Desço do meu salto
Faço o que te der prazer
Mas ó meu rei, a minha lei
Você tem que saber

Sou mulher de te deixar se você me trair
E arranjar um novo amor só pra me distrair
Me balança mas não me distrói
Por que chumbo trocado não dói
Eu não como na mão de quem brinca com a minha emoção
Sou mulher capaz de tudo pra te ver feliz
Mas também sou de cortar o mal pela raiz
Não divido você com ninguém
Não nasci pra viver no harém
Não me deixe saber ou será bem melhor pra você
ME ESQUECER!"


Tenho pra mim que todas as mulheres deveriam ser lobas...

Maysa...

"Se você me encontrar pelas ruas
Não precisa mudar de calçada
Pense logo que somos estranhos
E que nunca entre nós houve nada

Não precisa baixar a cabeça
Pra não ver os meus olhos nos seus
Passarei por você sem notar
Que entre nós houve adeus

Nossos sonhos são tão diferentes
Que o remédio é mesmo deixar
Que esse amor se desfaça com o tempo
Sem que se precise chorar

Entre nós não há culpa nem mágoa
O destino que assim escreveu
Poderemos achar noutros braços
Este amor que entre nós não viveu...!"

:)

"Não me fales mais, não me lembres nada.
quero crer que me resta o direito de esquecer
para que buscar pedaços do passado,
se pedaços nao completam o todo que eu perdi?

qual o nome dele? onde ele vive?
francamente eu agora nem sei já me esqueci
rugas no meu rosto são caminhos da ilusão
neve em meus cabelos são invernos de paixão

julgas que é bom recordar
um dia porém vai saber
que é muito melhor
não olhar para trás e esquecer!"