quarta-feira, 6 de julho de 2011

Reticências...

[...]
Três pontinhos unidos, poderosos,
retumbantes, silenciosos... gosto.
O ponto final é mais rude. Afirmativo.
Aliás, findar não é tarefa fácil. Nunca é.
É do tipo conclusivo. Absoluto.
Fatal demais. Definitivo demais. Nã... não.
Enquanto um ponto fecha a porta,
as reticências a encostam e deixam uma fresta...
Fica uma espécie de possibilidade no que é reticente.
Tá aí: é isso que me encanta.
Esse caráter de possibilidade...
As reticências são como uma fenda no tempo.
No tempo da fala, no tempo da escrita...
No tempo em que se decide não perder mais tempo.
[...]

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Êxtase infinito


Seu abraço congela- me
não de frio, nem de falta, mas de excesso de calor
congela de tal modo, que não sei o que passou.
Congela pensamentos, congela e eterniza
enquanto só consigo, sentir a suave brisa.
Tenho medo dessa força e do vício que a acompanha
Medo que quando não esteja, toda noite seja estranha
Que depois de subir essa tão alta montanha
Queira perder- me, sem vontade de descer
Tenho medo desse sopro, desse fôlego que traz...
Esse êxtase infinito que só você me faz
Medo de amanhecer e descobrir- me sem paz
Por não sentir seu cheiro e não saber
como ficar sem ele mais.

Nada no bolso, ou nas mãos...♫♪


A instabilidade da vida dói, mas também salva, porque eu sei que quando os ventos do Norte soprarem ao contrário eu quero ir de encontro ao vento...é mais seguro forças voltadas para a luta. Se ele te pega desprevenido, talvez de costas, você vai pro Sul, para as pontas dos oceanos e pode encontrar águas turbulentas, rostos imprecisos, desmelodias tidas como doces pela maioria, você vai.... pra onde o vento soprar.... e talvez nunca mais volte.