quarta-feira, 25 de agosto de 2010

A morte é uma piada


(Escrito por Martha Medeiros - 21/06/2006 - ZERO HORA) Assisti a algumas imagens do velório do Bussunda, quando os colegas do Casseta & Planeta deram seus depoimentos. Parecia que a qualquer instante iria estourar uma piada. Estava tudo sério demais, faltava a esculhambação, a zombaria, a desestruturação da cena. Mas nada acontecia ali de risível, era só dor e perplexidade, que é mesmo o que a morte causa em todos os que ficam. A verdade é que não havia nada a acrescentar no roteiro: a morte, por si só, é uma piada pronta. Morrer é ridículo. Você combinou de jantar com a namorada, está em pleno tratamento dentário, tem planos pra semana que vem, precisa autenticar um documento em cartório, colocar gasolina no carro e no meio da tarde morre. Como assim? E os e-mails que você ainda não abriu, o livro que ficou pela metade, o telefonema que você prometeu dar à tardinha para um cliente? Não sei de onde tiraram esta idéia: morrer. A troco? Você passou mais de 10 anos da sua vida dentro de um colégio estudando fórmulas químicas que não serviriam pra nada, mas se manteve lá, fez as provas, foi em frente. Praticou muita educação física, quase perdeu o fôlego, mas não desistiu. Passou madrugadas sem dormir para estudar pro vestibular mesmo sem ter certeza do que gostaria de fazer da vida, cheio de dúvidas quanto à profissão escolhida, mas era hora de decidir, então decidiu, e mais uma vez foi em frente. De uma hora pra outra, tudo isso termina numa colisão na freeway, numa artéria entupida, num disparo feito por um delinqüente que gostou do seu tênis. Qual é? Morrer é um chiste. Obriga você a sair no melhor da festa sem se despedir de ninguém, sem ter dançado com a garota mais linda, sem ter tido tempo de ouvir outra vez sua música preferida. Você deixou em casa suas camisas penduradas nos cabides, sua toalha úmida no varal, e penduradas também algumas contas. Os outros vão ser obrigados a arrumar suas tralhas, a mexer nas suas gavetas, a apagar as pistas que você deixou durante uma vida inteira. Logo você, que sempre dizia: das minhas coisas cuido eu. Que pegadinha macabra: você sai sem tomar café e talvez não almoce, caminha por uma rua e talvez não chegue na próxima esquina, começa a falar e talvez não conclua o que pretende dizer. Não faz exames médicos, fuma dois maços por dia, bebe de tudo, curte costelas gordas e mulheres magras e morre num sábado de manhã. Se faz check-up regulares e não tem vícios, morre do mesmo jeito. Isso é para ser levado a sério? Tendo mais de cem anos de idade, vá lá, o sono eterno pode ser bem-vindo. Já não há mesmo muito a fazer, o corpo não companha a mente, e a mente também já rateia, sem falar que há quase nada guardado nas gavetas. Ok, hora de descansar em paz. Mas antes de viver tudo, antes de viver até a rapa? Não se faz. Morrer cedo é uma transgressão, desfaz a ordem natural das coisas. Morrer é um exagero. E, como se sabe, o exagero é a matéria-prima das piadas. Só que esta não tem graça.

Vento no litoral...

De tarde quero descansar
Chegar até a praia e ver
Se o vento ainda esta forte
E vai ser bom subir nas pedras

Sei que faço isso pra esquecer
Eu deixo a onda me acertar
E o vento vai levando
Tudo embora...

Agora está tão longe
ver a linha do horizonte me distrai
Dos nossos planos é que tenho mais saudade
Quando olhávamos juntos
Na mesma direção
Aonde está você agora
Alem de aqui dentro de mim...

Agimos certo sem querer
Foi só o tempo que errou
Vai ser difícil sem você
Porque você esta comigo
O tempo todo
E quando vejo o mar
Existe algo que diz
Que a vida continua
E se entregar é uma bobagem...

Já que você não está aqui
O que posso fazer
É cuidar de mim
Quero ser feliz ao menos,
Lembra que o plano
Era ficarmos bem...

Eieieieiei!
Olha só o que eu achei
Humrun
Cavalos-marinhos...

Sei que faço isso
Pra esquecer
Eu deixo a onda me acertar
E o vento vai levando
Tudo embora...

Saudades eternas...


Eu estou perplexa com os últimos acontecimentos...
A notícia caiu como uma bomba, e a pergunta é por quê?
Por que a morte a única certeza que temos na vida nos deixa completamente fracos e sem ação? Haha, logo eu levantando questões desse tipo, eu que nunca entendi nem a vida...Não vou me dar ao desplante de compreender a morte.

Estou tentando encontrar conforto nas palavras dos amigos e querendo acreditar que você está em um lugar bem melhor agora...Mais ainda assim, a ficha custa a cair.
Por que Deus leva as pessoas que amamos?
Por que de uma forma tão cruel?

Logo você, tão cheio de vida, tão lindo, tão alegre...
Por que essas perguntas sempre ficam sem resposta?
Hoje me deparei com desespero de uma mãe, que teve que tirar forças sabe-se Deus de onde para se despedir "definitivamente" do filho.
Estavam todos arrasados, inconsoláveis...FOI UMA DOR IMENSURÁVEL!

Eu vou sentir tanta falta das suas palhaçadas, dos abraços, do carinho...

Se houver consolo para essa ferida, que tenho certeza, nunca vai se fechar, vai ser o fato de que apesar de novo, você viveu do modo mais intenso possível, conquistou uma legião de amigos, despertou sorriso de milhares de pessoas, fez alegre a outros milhares e acima de tudo , foi muito amado por todos que te cercaram. Era impossível não gostar de você!

Você teve uma passagem curta, mas deixou uma marca que ninguém vai apagar!
Talvez um dia eu me acostume com a sua ausência, por hora é só dor e muita saudade!!!!

Fique com Deus, meu anjo!
Olhe por todos nós daí de cima!

Você foi e sempre vai ser especial, TE AMO!

Ps: Obrigada por compartilhar comigo os bons momentos...
Obrigada por me fazer feliz!

Tenho certeza de que hoje o céu está em festa!

Vai em paz amigo!