Nessa dor, a minha história foi escrita a carvão – negra. E é com um tom triste que eu a conto sem ousar mencioná-la ou personificá-la. Escrevo-a em palavras nunca escritas e nas quais deposito tão bem a sua ausência. Nesse pedaço de dor que esconde a minha carne, escrevi a carvão que a Terra será minha. Mas a Terra desabou. Serão meus os seus pedaços?
"Há almas que têm as dores secretas, as portas abertas sempre pra dor. Há almas que têm juízo e vontades, alguma bondade e algum amor. Há almas que têm espaços vazios, amores vadios, restos de emoção. Há almas que têm a mais louca alegria, que é quase agonia, quase profissão... A minha alma tem um corpo moreno, nem sempre sereno, nem sempre explosão. Feliz esta alma que vive comigo, que vai onde eu sigo o meu coração "
domingo, 19 de setembro de 2010
Somos pedaços de nada. Vazios. Curamos as feridas com fel e cicatrizamos com sorrisos que um pintor alheio não soube lá muito bem traçar. Não há homens nas ruas. Há pedaços de dor disfarçados com carne, pele e osso. Desde o mais brejeiro dos homens à mais ultrajante das mulheres, não excluindo a mais santa das criaturas ou renegando a mais cruel das mulheres - somos dor, sempre dor.
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