sábado, 16 de outubro de 2010

A ditadura no Brasil...



Um resuminho...

Em 1964, um golpe militar depôs o presidente João Goulart. Um tempo depois, no RJ, aconteceu a "passeata dos 100 mil", que exigia a democracia. Márcio Morira Alves, deputado, incentivou um boicote ao desfile militar de 7 de setembro. Como resposta, em 1968, surgiu o AI5, que restringia direitos e liberdade do povo. A arte e a cultura foram censuradas de maneira gritante e qualquer um que ficava contra os militares, era perseguido, preso, torturado. Os que tinham sorte, eram exilados depois disso E NUNCA ANTES de sofrer na mão da ditadura!(sic)
Foi nessa época que muitos "jovens políticos engajados", alguns engraçadinhos que se diziam comunistas e católicos ao mesmo tempo... fugiram! Não foi exílio, foi fuga mesmo.
Depois disso, a coisa foi ficando cada vez mais penosa para o povo. As propagandas e a lavagem cerebral chegaram cheias de slogans lotados de convicção e falso patriotismo. Falavam em "milagre econômico", ninguém podia questionar, mas não era bem assim. A dívida externa aumentava a passos largos e a concentração de renda estava cada vez mais injusta. Mas toda a propaganda falsa maquiava a verdade que era uma ditadura violenta e marcada por torturas desumanas.

A década de 70 é chamada de "A era do terror". A pouca liberdade que sobrava, foi cortada de vez. Os que percebiam isso, ficavam revoltados. Os universitários eram os mais prejudicados, mas para os militares, o crescimento intelectual e cultural, era o que menos importava. Surgiram muitos grupos que lutavam com a unica arma que os militares respeitavam. Era a luta armada, que só assim conseguiu liberar presos políticos e desequilibrar a ditadura. Entre outras coisas, exigiram que lessem em rede nacional, um manifesto que denunciava as torturas.
A resposta da ditadura era sempre violenta. Mesmo assim, muita gente (que podia fugir) não fugiu!

Zuzu Angel era uma estilista rica e famosa. Em 1971, seu filho Stuart de 25 anos, "desapareceu", como aconteceu com tantos outros. Ele era do MR8, o mesmo de Lamarca e Gabeira. Zuzu travou uma guerra contra os militares e acabou morta em um "acidente" muito suspeito, em 1976. Stuart havia sido morto nos porões, assim como sua esposa Sônia, que era da Ação Libertadora Nacional (a mesma de Maringhella). Zuzu virou heroína em filme.

Lamarca foi um militar que virou guerrilheiro. Era da Vanguarda Popular Revolucionária. É considerado um dos grandes heróis da luta contra a ditadura.

Cao Hamburger era uma criança, em 1970, quanto os pais "saíram de férias". Um ano depois, só a mãe voltou, toda machucada. O pai morreu. Isso também virou filme.

Vladimir Herzog era jornalista, diretor da TV Cultura. Ele foi torturado por ter relações com o partido comunista e foi enforcado em 1975. Isso chocou a todos, mesmo o povão alienado.

Veja bem, esses aí de cima, lutaram e são vistos como heróis. É justo (se for com todos).

(Enquanto isso, gente que se dizia exilada, teve uma vida bem diferente dos estudantes que não fugiram... Essa "gente" em especial, conseguiu se formar e fazer 1000 cursos na França, Bolívia e depois Chile. É lógico que em 1973, quando a ditadura estourou por lá... Ops, hora de fugir!)

A morte de Herzog foi como um despertador popular. Muitas pessoas acordaram e começaram a exigir o fim da ditadura. Mais mortes e torturas foram denunciadas e eram tantas e tantas, que qualquer um ficaria revoltado. Graças a pressão popular, veio a Anistia e uma abertura considerável. Mas a ditadura não parou (só lembrar que Zuzu morreu em 76). Foi preciso muita luta. Em 1978 acabou o AI5. Em 1979, graças a luta dos artistas, a liberdade cultural foi conquistada e os artistas não ficaram quietos até que toda a ditadura acabasse de vez. Usaram a liberdade, para denunciar o que ninguém sabia sobre a ditadura.

Foi nessa época, a partir de 1977, com a luta praticamente vencida, que muitos heróis de verdade puderam voltar ao Brasil. Outros, nada heróis mas beeeeeeem cultos depois de tanto estudo, voltaram também e pegaram carona na fama de exilados políticos. Outros, como Jango, morreram antes.

Em 1980, as tentativas continuavam. Uma bomba explodiu em um show com mais de 20 mil pessoas. Em 1982, o povo elegeu por votação direta, governadores e senadores. Começou a campanha "Diretas Já". Em 1985, Tancredo Neves foi eleito indiretamente, mas morreu antes de assumir. Sarney, velho amigo dos ditadores, assumiu. Mesmo assim, a esperança de um novo tempo estava no ar e é por aí que me lembro da época que vivi em Brasília. Me lembro da festa, com Ulisses Guimarães, em 1988, levantando os braços e mostrando o que seria nossa Constituição. Depois, nas primeiras eleições diretas, em 1990, Collor foi eleito e depois disso, todos sabem o que aconteceu...

Votar foi um direito conquistado com muita luta e suor. Em quem você vota, no que te ajudou a ter esse direito ou em quem fugiu do problema?
Pense nisso antes de apertar o botão verde.

Aproveitando o ensejo, assistam o vídeo onde Dilma é aplaudida depois de dizer que mentiu na ditadura.

A ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) acaba deu uma resposta a altura ao senador José Agripino (DEM-RN). Ele lembrou que a ministra admitiu em entrevista a um jornal ter "mentido bastante" na década de 70, período em que o Brasil era governado por uma ditadura militar. O senador perguntou se estávamos novamente em um "estado de exceção", como aconteceu no tempo da ditadura, onde seria faria necessário mentir.


É por essas e outras que ela merece ser eleita Presidente do Brasil, não só por ter competência, mas por ter personalidade. Abaixo a hipocrisia!!!!

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