quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Certas vezes sou...

Enfadonha,
desinteressante,
inconclusiva,
prolixa,
desagradável,
impertinente...
A lista continua, com termos que consigo encaixar na minha imberbe existência, de que adiantam as palavras, as ações, as escolhas, as mágoas, as felicidades, o tempo gasto, o pensamento perdido... Nada é suficiente, e quanto mais tempo passa mais as pessoas deveriam ser capazes de notar o quanto são inoportunas ao ambiente, o quanto elas destróem uns aos outros, consciente e incoscientemente... Eu estava tentando encontrar um sentido lógico para a vida, mas não há uma análise físico-química agradável, somos átomos unidos por afinidades eletromagnéticas, organizadas tais quais os universos se organizam e desorganizam, é do caos que devemos nossas vidas, um caos metódico e espasmódico... Pensei então em tentar sossego na explicação da morte, afinal é meramente o retorno ao estado mais puro de energia, tudo tende ao estado energético mais baixo, que é a poeira atômica...
Não foram conceitos agradáveis de se pensar, uma teoria matemática meticulosa do ser humano é possível, e sua determinação é tal qual a de todas as coisas do universo, uma equação do caos... Será que há lógica nisso? Há quem diga que existe um deus no caos, que ele ordenou e fez-se a primeira luz, se isso foi verdade então ele morreu logo após e deixou a ordem do universo entregue a si própria...
Acontece que a pequeneza do punhado orgânico que somos precisa crer que o caos é controlável, e que não nos limitamos a um mero piscar de olhos na existência maior das coisas, um conjunto pouquíssimo provável de átomos pesados que conseguem compreender a si próprios, e não simplesmente sentir...
Então, todo mundo não é nada, eu não sou nada, a existência não é nada, a morte não é nada... E que vida é essa que não representa nada? Ou será simplesmente que quem não tem nada sou eu?
A questão da vida, dizem, é saber vivê-la e não se preocupar em entendê-la, mas como se vive uma mentira incompreensível? Ou como se define vida sem entendimento da existência?

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